quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Neo-Inclusivismo - Uma Falsificação do Evangelho




Neo-Inclusivismo? O que é isso? Bem, o termo não é criação minha. Apropriei-me dele em virtude de uma conversa recente pela internet,onde um amigo me falava de sua indignação pelo mau uso da palavra "inclusão" nestes tempos recentes. Pessoas e instituições que não têm a menor noção do que significa ser Inclusivo usam o termo inapropriadamente.

É lamentável que as heresias e o legalismo estejam, não somente batendo às portas de algumas igrejas ditas "inclusivas", mas invandindo-as por completo. "Unções de Ousadia" e "Multiplicação", "Cobertura Espirititual", "Quebra de Maldição", Teologia da Prosperidade, "Adoração Extravagante", além do legalismo formalista das proibições pastorais e do sacerdotalismo veterotestamentário são algumas das pragas heréticas que estão impregnadas em alguns "inclusivos", ou melhor neo-inclusivos.

Na realidade o fenônemo que presenciamos nada tem a ver com Inclusão, são apenas igrejas com as mesmas práticas viciadas, que se dizem inclusivas por aceitarem gays e lésbicas ou por serem compostas pelos mesmos.
A Inclusão não tem nada a ver com essa baboseira evangélica que vemos por aí! Ser inclusivo não combina, de forma alguma, com o cabresto das imposições pastorais, que utilizando-se de uma mentira do diabo, chamada "Cobertura Espiritual", cerceiam a liberdade cristã e voltam a impor o jugo das velhas igrejas ditas homófobas. "Cobertura Espiritual"?Isso é uma vergonha para a Igreja Protestante e Reformada, uma afronta ao sacerdócio de todos os crentes, doutrina fundamental da Reforma Protestante. O triste e lamentável é que muitos gays e muitas lésbicas cristãos se submetem a isso, por não terem o zelo e a prudência dos cristãos de Beréia, que submetiam toda a pregação apostólica ao crivo da Escritura.

Unção de Multiplicação? Só se for pra encher o bolso e fazer multiplicar as cadernetas de poupança dos hereges-pastores. De onde inventaram a tal da teologia da prosperidade? Será que os pregadores dessa heresia blasfema algum dia já leram em suas bíblias sobre as vidas dos cristãos do primeiro século? A vida de perseguição e dificuldades do Apóstolo Paulo, com "fome, sede e necessidades", é a prova bíblica do equívoco dessa "doutrina". Como isso foi parar dentro da "igreja inclusiva"?



Não quero nem citar as outras falácias de "mover o sobrenatural", "cair no Espírito", porque sinceramente são absurdas demais para serem discutidas e dissecadas.

A Inclusão é um Movimento de Deus, anunciada pela primeira vez em 1968 pelo pastor Troy Perry, e rompe completamente com essa visão viciada da bíblia e esse modelo falido e explorador dos santos de Jesus. Modelo este que não "encarna" o Evangelho, que não luta pelas desigualdades sociais e pelo fim das injustiças cometidas contra a Comunidade LGBT.

Esse modelo neo-inclusivo só serve para criar pessoas desligadas do mundo, cristãos de nome, domingueiros, que estão mais preocupados com o arrepio do culto do domingo do que com o anuncio da radicalidade do Evangelho. Se preocupam com os detalhes de um culto para a carne, cheio de efeitos especiais, músicas mântricas que induzem a histeria coletiva e facilitam a abertura das carteiras. Cultos que oferecem cocaína espiritual, usando as palavras de meu amigo Márcio Retamero, para alienar e "opiosar" o povo, para ludibriar com as palavrinhas profetico-mentirosas de prosperidade "sobrenatural".

Não! Definitivamente não! O Evangelho não tem nada a ver com isso! A Inclusão não tem nada a ver com isso! Cristo não tem nada a ver com isso. Pelo contrário, ele mesmo classificou muito bem a estes que assim utilizam a sua Palavra pra perverter o povo:"Hipócritas, descendência de víboras!", lindos por fora na aparência e nos efeitos especiais de seus cultos pop stars, mas podres e imundos por dentro!

Que o Senhor Jesus livre a Inclusão dessas falácias travestidas de verdade, livre sua Igreja dessa falsificação do Evangelho chamada NEO-INCLUSIVISMO.

Luiz Gustavo, servo.

8 comentários:

Unknown disse...

Muito, muito bom o texto! Fala exatamente como eu também penso a respeito da lamentável mistura, na igreja cristã, de um simulacro de judaísmo veterotestamentário com a superposição neurótica e comercial de imagens, símbolos, misticismos e ritos heréticos para "atualizar" o produto a ser vendido neste shopping gospel que vem sendo a igreja.
Triste. E mais lamentável ainda é encontrarmos igrejas que se pretendem diferentes por se intitularem "inclusivas", porém, nada mais fazem que apenas passar uma sutil borracha na homofobia da igreja tradicional e, então, mantêm toda a mesma estrutura sacerdotal, autoritária, mística e legalista inalterada!
Querem ser novos, no entanto nada mais fazem que reproduzir o que de mais velho e putrefato há na igreja.
Templos, e não igreja; doutrinas, e não fé; legalismo, e não Graça: este é o neo-inclusivismo que nos ronda e se apressa a agrilhoar a anunciação do verdadeiro Evangelho que nos traz a liberdade!

José Luiz disse...

O NEO INCLUSIVISMO CRISTÃO: A VELHA INTOLERÂNCIA E EXCLUSÃO.

Um grande homem de Deus e Teólogo que conheci durante a primeira Conferência da ICM, no Rio de Janeiro no ano de 2002, me confrontou em um dado momento com uma intrigante questão: Zeca, qual a Igreja você acha que é mais idólatra: a Romana ou a Protestante? Eu, que fui criado na Igreja Protestante desde pequenininho, numa época em que cada uma das denominações existentes se achava detentora de uma procuração de Deus para determinar quem estaria ou não salvo, não hesitei e respondi: a Igreja Romana! E ele me perguntou: Por que? Eu respondi: Porque os Romanos enchem seus altares de santos e os adoram. Não é isso idolatria?
Ele, do alto de sua sabedoria de clérigo Romano me disse: não, Zeca. A Igreja protestante conforme Lutero sonhou, retirou do altar as suas imagens, mas ainda assim é mais idólatra. Porque em lugar das imagens colocaram a doutrina, que é adorada, e idolatrada, quase como a quarta pessoa da Trindade.
Nunca mais me esqueci deste ensinamento, ainda que hoje estejamos distantes em nossos cursos de vida.

Todos nós de uma maneira ou de outra já fomos confrontados com um dilema parecido, quando da descoberta de nossa sexualidade ao avesso, segundo os olhos dos homens, dos fundamentalistas e legalistas. Quantos de nós já não perdemos noites de sono, talvez inúmeras horas de lágrimas e de oração tentando nos “libertar” de nossa homossexualidade, pra no fim descobrirmos que não mudamos em nosso desejo, em nosso amor, em nossa sexualidade, mas somente me nossa integridade e em nossa dignidade. Esta ultima tão vilipendiada, tão abusada pelos Pastores e Líderes que nos humilhavam, nos feriam e sobretudo não nos amavam.

Com o advento do Evangelho de Inclusão e de amor tudo parece sanado; tudo estaria resolvido. Deus nos ama como somos, podemos nos reunir e somos dignos sim de louvar, de adorar, de pregar... Pastores gays são consagrados, diáconos gays servem à casa do Senhor e comunidades cristãs inclusivas são criadas e o povo se reúne em amor e liberdade...

Doce ilusão...

Na medida em que a sexualidade ou melhor a homossexualidade já não é mais um obstáculo à presença do Senhor, alguns dos antigos sinais de intolerância ressurgem no seio das Comunidades Cristãs Inclusivas. Você pode até ser gay e cristão, desde que seja casado, desde que não vá a boate, desde que não beba álcool, desde que não fume, desde que não namore, desde que... desde que... desde que...

Não lhe parece que já viu este filme?

Rev. Marcio Retamero disse...

Querido amigo,
Seu texto está muito verdadeiro! Expressou exatamente o que nos vai na alma quando olhamos pro lado! É triste demais ver uma obra que apenas começou em nosso país, tão pervertida, em tão pouco tempo! Nada nos adiantará revermos nas Escrituas o que nos convém e deixar o resto como está. Nada nos adiantará sermos instituições religiosas com os mesmos vícios, com as mesmas hipocrisias, com os mesmos alvos e, igualmente, vendendo as mesmas drogas!
Sejamos fiéis ao chamado, sempre lúcidos, estudiosos, com a vontade sempre aguçada de tão somente anunciar a Graça e deixar que ela, e somente ela, opere!
Dou graças a Deus por caminhar ao lado de pessoas como você!
Deus nos abençõe sempre!

Wallace disse...

Gustavo, parabéns pelo texto!
Sugiro que você o poste no grupo Gospel Gay, assim você pode alcançar pessoas que, infelizmente, não tem uma visão mais crítica sobre o que tem se tornato o "cristianismo".
Vou conversar com o Renato para postá-lo no blog Gospel Gay.
Bjs.

Unknown disse...

ADOREI o texto.
O sonho não pode acabar!
Não sou dado a elogios...Mas texto Muito bom.
Cabeça Pensante. Evangelho Inteligente. Chega de vacas de presépio! Não sou mais uma delas!

Handré Garcia disse...

Excelente reflexão, meu amigo! Bastante contudente e inteligente, como só você sabe ser. Infelizmente, temos que concluir que as igrejas são as grandes causadoras de traumas e transtornos emocionais, ao manipularem a fé do povo. Precisamos nos levantar como "vozes que clamam no deserto" e assim tornam relevante o verdadeiro Evangelho vivo e inclusivo do Senhor.

Leo Rossetti disse...

Parabéns, Gustavo!

O texto ficou excelente. Além disso, através dele é possível refletirmos sobre a maneira pela qual queremos que o Evangelho chegue aos nossos ouvidos e saia das nossas bocas. Infelizmente existem exemplos que não devem ser seguidos, como os que você levantou. E é para isto mesmo que eles servem, para que não façamos o mesmo.
O próprio Cristo utilizava de parábolas para ensinar aos seus. Da mesma forma, e fazendo como Ele, vejo seu texto como um verdadeiro sermão docente, a exemplo do Grande Mestre, que ensinava através de exemplos - reais ou fictícios - e pediu para que fizéssemos como Ele fazia.
Acredito que para crescermos precisamos refletir sobre o mundo à nossa volta, sob o risco de - se não o fizermos - crescermos alienados em relação a toda a sorte de heresias e devaneios do pop-inclusivismo, ou seja lá que nome isso vá ter no futuro. Se for para crescermos, que o façamos em sanidade. Do contrário, voltarmos nossos olhos apenas para nosso centro sem nos antenarmos significará, em doses homeopáticas, a reprodução do egocentrismo cristão e a exaltação da alienação evangélica.

Um beijo, de quem muito te admira mais a cada dia.

Leandro.

Unknown disse...

Amigo e irmao Gustavo, Concordo plenamenente com o seu texto, quando conheci o evangelho da inclusao pensei " agora sim estamos em uma verdadeira igreja que ensina o amor ", tudo engano!!!! nao demorou muito para descobri que era a mesma igreja antiga apenas, uma pouco mas liberal por aceitar Gays e lesbicas. um forte abraço
carlos ( salvador bahia)